sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A nudez que será castigada.


Texto: Mc 11:12 - 14.

Um dos filmes mais badalados da década de 70 foi o " Toda nudez será castigada". Um filme digno das culpas criadas pela religião dos fariseus cristãos. Mas o Evangelho ensina que é melhor andar nu diante de Deus do que tecer para si vestimentas da falsa moral e das virtudes auto-jactantes.
O Espírito do Evangelho ensina que Deus ama a verdade de cada estação da vida humana.
O ensino de Jesus parece sempre estar cheio de paradoxos: ele chama a mansidão, e louva quem tem sede de justiça; Ele avisa o perigo da ansiedade, ao mesmo tempo que manda vigiar; manda que se ore sem cessar, descansando nele que é manso e humilde, ao mesmo tempo que vem trazer não paz, mas espada.
É como curar o mudo e pedir que ele não diga nada a ninguém. Cura o gago e pede que este seja discreto. Diz que não veio trazer paz, mas manda os discípulos saudarem com paz. É andar no escuro sobre as águas dizendo não temas. Aceita a maquiagem da prostituta, mas é implacável com a máscara do fariseu. Chama a si mesmo de semeador, mas não exita em secar uma figueira.
Há injustiça da parte de Deus? De modo algum. O que Deus não suporta é a incoerência, a falsidade de toda maquiagem, de polidez disfarçada.
Foi por isso que ele amaldiçoou a figueira, que de modo anômolo, tentava dar aparência de produtividade três meses antes da estação própria. Todas as demais figueiras de Israel estavam peladas de folhas, isto por que a figueira é uma árvore que primeiro apresenta os frutos, e só depois as folhagens. A oferta da folhagem era a promessa de haver frutos; mas não havia. Era só camuflagem! Foi por isso que nenhuma figueira nua foi castigada ou amaldiçoada no Monte das Oliveiras, mas tão somente aquela "171" vegetal.
Qual nudez será castigada?
É a nudez do ser, que se acha moralmente vestido; É a nudez do ser que tenta produzir sua própria vestimenta e méritos aparentes.
A gente tem que entender que Deus não pede de ninguém que dê fruto fora da estação. Por que? Por que quando a estação não é de fruto, o fruto da estação que não é de fruto é o fruto da verdade de não dar fruto fora da estação apropridada.
A verdade não é só o que é. A verdade é também o que não é. E a verdade do que é não é mais importante do que a verdade do que não é. Deus prefere todas as figueiras nuas. Ele não suporta a tentativa da gente de querer usar o exterior para enganá-Lo. E foi com folhas de figueiras que Adão quis se cobrir...E a figueira está de volta, fazendo "tanguinhas", pra tentar mostrar que é melhor.
Aí Deus diz: Tira a camuflagem! Eu te prefiro nu, por que camuflado tu estarás perdido!
Por que a única roupa que te veste bem diante de Deus não é feita de panos, muito menos de folhas de figueira, mas são feitas de sangue...o sangue do Cordeiro! O sangue da Nova Aliança!
O sangue que me dará as vestes para adentrar na Nova Jerusalém!

Conclusão: Você não precisa ser para ninguém nada além daquilo que Deus sabe que você é.

Honorato Neto.

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